[Rio de Janeiro-RJ] Traços e Gestos" - Chico Diaz leva sua arte para outras telas - A partir do dia 17 de março, sexta-feira, seus quadros estarão expostos na galeria da Casa do Paulo Branquinho, na Lapa
março 14, 2017Por Scheila Gomes / Armazém Comunica
Homem
de traços fortes que usa os gestos como ferramenta de trabalho, o ator
Chico Diaz vai agora apresentar para o público mais um de seus talentos:
a pintura. E faz isso graças ao incentivo dos amigos. A partir do dia 17 de março,
sexta-feira, seus quadros estarão expostos na galeria da Casa do Paulo
Branquinho, que acaba de completar um ano de existência na Rua Morais e
Vale, nº 8, térreo, na Lapa. A mostra, gratuita, vai até o dia 8 de
abril, aberta sempre de terça a sábado, das 15h às 19h.
“Ainda
tenho muito o que estudar. Nessa altura do campeonato, com tantos
trabalhos feitos, mostrar meus quadros é uma graduação, uma
possibilidade. As imagens chegam e tento trabalhar as ideias possíveis.
Elas vêm e trabalho para transmiti-las”, revela o artista que se deixa
levar pela sensibilidade: “o que acontece é que no embate com a matéria,
com o material ou com o imaterial, as cores, as manchas, as camadas
passam a exigir um significado. Aí está a graça! Procurar ver que imagem
ganha o direito de emergir”.
Formado
em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Chico Diaz aproveitou a facilidade com riscos e traços no hobby que o
acompanha há mais de 20 anos, numa aventura entre telas e pincéis.
Entre
os amigos que mais incentivaram Chico Diaz a expor suas obras com tinta
acrílica em tela, papel e madeira, estão o artista plástico Xico
Chaves, que assina a curadoria da mostra, e o produtor de artes visuais e
galerista Paulo Branquinho, que logo abraçou a proposta de expor pela
primeira vez ao público as pinturas de Chico.
Xico
é um entusiasta do trabalho do colega e xará. “A pintura de Chico Diaz
nasce de uma abstração aleatória, como se fosse uma nuvem de pinceladas
que vai adquirindo forma ao longo do tempo, em um processo de climas
superpostos. Dessa argamassa em movimento, emergem figuras e personagens
que sugerem uma transmutação contínua, como se procurassem uma feição
definitiva, mas que, em sua natureza mutante, revelam certa
impermanência. Ou deixa em aberto sua própria metamorfose, a natureza
de sua gênese não definitiva, mas que ao final assume seu protagonismo.
Para ele, certamente não existe obra acabada (como toda obra de arte).
Existe, sim, um estado de conclusão, um desfecho temporário que sugere
continuidade a qualquer instante. Poderá surgir outra nova fisionomia e
outra interpretação sobreposta ou intermitente, mimetizada na
turbulência pictórica, ou calcada com absoluta evidência. Afinal, essas
figuras nascidas do imaginário são incorporações que parecem não ter fim
e dão a impressão de que traduzem infinitas expressões simultâneas”,
Não é possível estabelecer uma classificação formal para sua pintura,
mas há em sua obra uma coerência comportamental e estética na aplicação
de cores e distribuição intensa da tinta sobre a superfície, de forma
singular, resultando em uma anárquica harmonia, fluida, gestual e
incisiva, ora com suavidade e organicidade, ora etérea e drástica, ao se
apropriar de associações figurativas e simbólicas” escreveu,
entusiasmado, Xico Chaves no texto de apresentação da mostra.
Chico Diaz, criador em tempo integral
Iniciou seus estudos artísticos no Colégio Souza Leão, no Rio de Janeiro, com o professor Carlos Wilson, que era professor de O Tablado de Maria Clara Machado na época e até hoje é referência no mundo do teatro e da interpretação para jovens. Dali passou a frequentar O Tablado com seus
excelentes professores, ensaiando e convivendo com sua dramaturgia e
filosofia. Juntou-se, então, a outros jovens para formar o Manhas e
Manias, grupo
de esquetes e linguagem circense que, durante anos, fomentaria e
rediscutiria a linguagem do teatro infantil, ousando voos também no cenário
adulto. . Enquanto atuava com o Manhas e Manias, formou-se em
Arquitetura pela UFRJ. Chico Diaz foi também fundador e um dos
professores do movimento Circo Voador, no Arpoador e, posteriormente, na
Lapa. Em 1980, visto por Sergio Rezende em "Diante do Infinito", o ator
foi convidado a participar do primeiro filme "O Sonho não acabou", em Brasília, iniciando a partir dali uma sólida carreira cinematográfica com mais de 60 títulos e vários prêmios nacionais e internacionais, sem nunca ter se distanciado do teatro e permanecendo em meio à discussão artística.
Serviço
Exposição: “REAL IMAGINÁRIO
RISCO
Traços e gestos”
De 17 de março a 8 de abril
Inauguração: Dia 17 de março, sexta-feira, das 19h às 22h.
Casa do Paulo Branquinho
Rua Morais e Vale, 8, térreo - Lapa
Visitação de terça a sábado, das 15h às 19h
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