[Recife-PE] Em mais um ano de produção independente, o Cinecão vem se firmando como local em que jovens artistas dialogam com espaço e público

março 15, 2017

Por Lia Letícia  / Galeria Maumau



O Cinecão Ano III, realizado durante 2016, traduzia uma necessidade de liberdade artística: a cada edição uma nova obra, sob novo contexto, com propostas diferentes. Artistas de rua, artistas de museu, artistas iniciantes, desconhecidos e celebridades da arte durante 2016 foram colaboradores dessa experiência em expansão.

Foram 8 edições mensais, realizadas através da união entre diversos artistas, em que pudemos entender o largo panorama da recente produção de cinema experimental e artes visuais independente em Recife.

A partir destas impressões o Cinecão propõe, para o ano de 2017, edições que se desdobrem em oficinas, conversas e vivências e que possibilitem ao público e participantes uma reflexão e prática acerca das artes híbridas e experimentais. Em abril, por exemplo, a artista Luciana Freire D’Anunciação propõe o laboratório “Do Corpo ao Espaço”, uma imersão na performance em que a finalização irá compor o Cinecão de maio.

Abrindo o mês março, cerca de 40 jovens artistas, a maioria advindos de cursos ligados `a arte e experimentação audiovisual(como a Escola Engenho) vão mostrar performances, videoinstalações e vídeos em todo espaço físico da Maumau.

“A Má Educação: uma obra aberta”, é o mote desta edição, em que vem reafirmar a necessidade de espaços que recebam, apóiem e exibam artistas que investigam as infinitas potencialidades de intersecção entre linguagens artísticas. Esta, antes de ser uma postura estética, é uma proposição política: instigar novas formas de narrativas num mundo cada vez mais reacionário é uma questão de ordem para nosso espaço. Seguimos insistindo em táticas de curadorias afetivas, compartilhadas e agregadoras, pois já basta um mercado de arte praticamente inacessível para os simples mortais.

OBRAS

O filme/ação/protesto A Queda, realizado pelos alunos do curso Videoarte em Ação (oferecido pelo FestCine, orientado pela artista Lia Letícia, coordenadora do Cinecão), filmado, protagonizado e montado pelo grupo, é uma reflexão sobre o impacto provocado pela PEC do congelamento. Já o projeto de Flavia Pinheiro em colaboração com Alessandro Sachetti, Utopias da Vida Cotidiana, é uma série de vídeos de ações desenvolvidas no centro de Recife, onde as forças sociais e arquitetônicas são friccionadas, em busca de uma política de afetos na vida cotidiana. Jorge Kildery e Iagor Peres, do Coletivo Carne, problematizam o meio artístico como mais uma prática hegemônica de uma sociedade esbranquiçada. Buscam, em seus trabalhos(Great Fake e Rejunte), recriar estes espaços entendendo a necessidade de não só ampliá-los para os artistas membros do coletivo, como também abrir caminho para outros produtores negros. Lucas Mariz traz o trabalho interativo Tu Tube, uma imersão no universo web através de um dispositivo em que o participante brinca com seus vídeos favoritos. Já a Escola Engenho traz uma série de trabalhos advindos do curso “O que vemos, o que nos olha”, dentre eles vivências documentadas em movimentos ativistas como o OcupeCineOlinda e releituras do acervo de videoarte da Fundaj, que apesar de ser um dos mais importantes da America Latina, é pouco divulgado e portanto, pouco acessado.

Além destes, Rose Lima, Pedro Teotônio, Ariana Nuala, Felipe Ferraz, Aline França, Kimberly, Ericson Silva e Roger de Melo completam esse urgente olhar sobre a relação entre ações educacionais e as artes experimentais da cidade.

Na seleção musical o convidado é Abel Alencar, embalando mais essa noite de celebração no nosso quintal!

P.s.: “A arte de viver para as próximas gerações: nenhum artista a menos!”


SERVIÇO

Cinecão

“A Má Educação: uma obra aberta”

Dia 23 de março, das 19h as 00h

Na Maumau

Rua Nicarágua, 173/Espinheiro

Bar com bebidas e comidinhas

Aceitamos cartões

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