Inspirado em eventos históricos como a Semana de Arte Moderna de 1922 – que apresentou novas tendências artísticas mundiais, unindo literatura, artes visuais e música, aproximando-as dos brasileiros –, o Novembro das Artes busca, de forma semelhante, integrar as diferentes expressões da arte e trazê-las ao conhecimento do público. 

Bate-papos com artistas, rodas de conversa, performances musicais e lançamentos de livros exclusivos estão previstos na nossa programação, que começa na quinta-feira (3/11) no novo Casato Café Bistrô (Av. Rui Barbosa, 1503 - em frente à Capela do Colégio Damas), a partir das 19h, com abertura da Mostra Coletiva composta por 16 artistas.

“Minha Pequena África” apresenta influência da cultura de matriz africana sobre nós

Leve e lúdico, o espetáculo autoral mostra o legado africano através da música afro-brasileira, contos, lendas e cordéis. Em novembro, o MPA será apresentado no Centro Cultural Xambá e no Paço do Frevo.

Quantos de nós já chegamos a pensar que a África era apenas um país? Quantos de nós concebemos uma África povoada apenas por tribos e repleta de histórias tristes? A verdade é que sabemos muito pouco ou quase nada deste continente lindo e cheio de histórias incríveis. Histórias que narram a vida, o pensamento e que nos brindam com mitos que nunca imaginamos existir. Para comemorar este lugar abençoado, raro e belo, nasceu o “Minha Pequena África”. Um espetáculo para toda a família que traz à tona a influência da cultura de matriz africana sobre nós. A realização é da Banda Cordelândia e do AfroKoletivo. Em novembro, o espetáculo será apresentado no Centro Cultural Xambá (Olinda), no dia 05/11 (sábado), às 17h, e no Paço do Frevo (Bairro do Recife), às 16h. 

Criado e desenvolvido pela musicista Camila Ribeiro e pelo produtor e educador social Danilo Carias, o “Minha Pequena África” tem como uma de suas propostas suprir as necessidades referentes à Lei no 9.394, que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Assim, durante uma hora de duração, o espetáculo apresenta o Brasil que herdou da Mãe África uma infinidade de costumes, sons, palavras, comidas, danças, instrumentos, religiões que necessitam ser difundidos para permanecerem vivos.

De forma leve, lúdica e educativa, o legado africano é apresentado no “Minha Pequena África” pela Banda Cordelândia, que é formada pelas musicistas Camila Ribeiro, Joannah Luna, Susana Morais e Viviane Oliveira. A música afro-brasileira, os contos, as lendas e os cordéis convidam a família a descobrir um novo jeito de interagir com a nossa ancestralidade. Todo o repertório musical e de contação de histórias foi criado especialmente para o espetáculo. 

Assim, o espetáculo traz como pressuposto temas como o preconceito, a intolerância religiosa e as diversas formas de exclusão social, que no espetáculo ganham uma reflexão leve e propositiva. Com isso, o “Minha Pequena África” evidencia a cultura afro como constituinte e formadora do patrimônio cultural brasileiro, onde os negros são considerados sujeitos históricos de extrema relevância na construção do país. 

Sob a direção musical e arranjos de Camila Ribeiro as músicas são executadas por Rafael Peixoto e Viviane Oliveira na percussão, Toinho Japa no contrabaixo e Kassio Farias na bateria. A contação de histórias fica a cargo da cordelista Susana Morais e de Joannah Luna, que também é a cantora do espetáculo. A consultoria pedagógica é de Luciene Ciciliani. Coreografia de Anderson Nogueira. A produção executiva é da Criativo Soluções e Produção Cultural. A Produção comercial é da ZaraTempo Produções. 

O projeto “Minha Pequena África” foi contemplado no Edital de Bolsa de Fomento aos Artistas e Produtores Negros da Fundação Nacional de Artes (Funarte) 2014. A classificação etária é livre. 

Acervo com mais de 300 obras de artistas que retratam a história da arte moderna brasileira com nomes como Portinari, Tomie Ohtake e Lasar Segall estarão disponíveis a partir do dia 20 de outubro na Galeria Tereza Costa Rêgo (MAC-PE)

Apresentar um dos mais importantes acervos de arte moderna do Estado, a Coleção Assis Chateaubriand, com mais de 300 obras, por meio do viés da arte educação. Esse é o olhar lançado pela primeira exposição – num total de três - que será aberta no dia 20 de outubro, a partir das 19h, na Galeria Tereza Costa Rêgo, anexo do Museu de Arte Contemporânea MAC-PE, no Sítio Histórico de Olinda, com incentivo do Funcultura, numa parceria com a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco.

Com trabalho de curadoria educativa da arquiteta e arte-educadora Lúcia Padilha Cardoso, também idealizadora do Projeto, a coleção foi agrupada em três grandes temas: Natureza, Pessoas e Abstratos. E assim estão divididas as três exposições. Pra essa primeira exposição, dentro do tema “natureza” serão mostradas pinturas de paisagens pernambucanas feitas por Telles Junior, como a tela “ Paisagem de Suape”, além de paisagens diversas de artistas como João Baptista da Costa, Eliseu Visconti e Darel Valença. Pinturas e desenhos retratando animais também fazem parte da mostra, com obras feitas por Wellington Virgulino, Tiago Amorim e Menochi Del Pichia. Composições de natureza-morta também serão expostas através de gravuras de Djanira e David Hokney e pinturas de Francisco Brennand e Montez Magno.

A exposição faz parte do projeto “Acervo Educativo do MAC-PE” que irá implantar um programa de ações educativas no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco. Ao longo do período de um ano, serão realizadas três grandes exposições; com a primeira sendo aberta nesse mês, e mais duas agendadas ao longo de 2017, ocupando a sala Tereza Costa Rêgo para promover atividades voltadas para a arte-educação e educação patrimonial. Além de encontros com professores, distribuição gratuita da publicação “Acervo Educativo: Coleção Assis Chateaubriand do MAC-PE”, serviço de agendamento para visitação de escolas e com mediação para desenvolver trabalhos educativos com o público visitante. “O projeto pretende aproximar o museu e o público através destas ações educativas. Ao revelar o importante e valioso acervo do MAC-PE, como conteúdo educativo para professores, alunos e público em geral, estará sendo oferecida a rara oportunidade de ter acesso a um patrimônio brasileiro muito rico. E essa é uma forma de contribuir com a formação e a inclusão sociocultural de um grande número de pessoas, realizando também uma ação complementar à obra educacional do Estado de Pernambuco”, explica a coordenadora e curadora educativa do projeto, Lúcia Padilha Cardoso. 

Para quem não sabe, a coleção Assis Chateaubriand foi o primeiro acervo do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, fundado no ano de 1966, doado pelo, na época, embaixador, Assis Chateaubriand – um dos maiores empreendedores da comunicação entre as décadas de 40 e 60 e colecionador de arte - ao Governo de Pernambuco. A coleção faz um passeio pela História da Arte Brasileira com obras que vão desde o academicismo do século XIX até o modernismo dos anos 60, com quadros de grandes nomes da pintura nacional como Tomie Ohtake, Candido Portinari, Lasar Segall, Monabu Mabe, Francisco Brennand e Almeida Junior. Entre as obras, está o quadro roubado do paulista Portinari, intitulado O Enterro, de 1959, roubado do MAC e achado um ano depois no Rio de Janeiro; as gravuras de Djanira, uma das maiores gravuristas do modernismo; e a coleção Hollywood Collection, de 1965, com gravuras em cores do artista David Hokney.

Números:

03 (três) exposições com obras de arte originais (pinturas e gravuras) da Coleção Assis Chateaubriand;

03 (três) encontros com professores para capacitá-los a trabalharem o acervo do MAC-PE como conteúdo educativo em salas de aulas;

Distribuição de exemplares da publicação educativa “Acervo Educativo: Coleção Assis Chateaubriand do MAC-PE”;

Distribuição de postais com imagens da Coleção Assis Chateaubriand para o público visitante;

Disponibilizar um exemplar da publicação “Acervo Educativo: Coleção Assis Chateaubriand do MAC-PE” transcrita em braile no espaço educativo;

Oferecer serviço de agendamento para visitação de escolas às exposições;

Disponibilizar mediação para recebimento do público no espaço educativo pelo período de um ano;

MAC- PE - O Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC-PE), localizado em Olinda, foi inaugurado em 1966, com a doação de parte da coleção do embaixador Assis Chateaubriand ao Estado de Pernambuco. Nessa ocasião, a antiga Casa de Câmara e Cadeia Pública do Município de Olinda, uma edificação do século XVIII, foi restaurada e tombada pelo IPHAN para abrigar a exposição inaugural do museu com as obras doadas. O acervo que deu origem ao MAC-PE conta com obras de renomados artistas brasileiros, tais como: Cândido Portinari, Tomie Ohtake, Lasar Segall, Manabu Mabe, Francisco Brennand, Ladjane Bandeira, Montez Magno, Almeida Júnior, Djanira, entre outros grandes nomes da arte nacional.

Gabinete Contemporâneo de Curiosidades tem curadoria Marco Antonio Portela e apresenta obras de artistas como Joaquim Paiva, Kitty Paranaguá, Rogério Reis, Vicente de Mello e Walter Carvalho

No sábado, dia 15 de outubro, a Galeria Oriente apresenta Gabinete Contemporâneo de Curiosidades, uma coletiva com curadoria de Marco Antonio Portela. A mostra conta com a participação de mais de 100 artistas que realizaram trabalhos com suportes, técnicas e estilos variados, todos em pequeno formato.

"Nessa exposição, a diversidade de artistas, de possibilidades poéticas, de multiplicidades de meios, curiosamente conectam nosso tempo com as mostras, quartos de curiosidades do século XVI, período dos grandes descobrimentos e de uma diversidade de novos objetos, plantas, culturas, ideias. O plano expositivo, portanto, tenta traçar uma estética próxima às montagens excessivas desse período, mostrar essas que antecederam os museus modernos e suas estruturas expositivas como conhecemos hoje," explica Portela. Para o curador, escolher como tema o Gabinete é na verdade uma forma de tentar desconstruir o universo comportado que os cubos brancos costumam impor.

“A minha função curatorial se apresenta mais generosa propiciando oportunidades de visibilidade para artistas de diferentes trajetórias. Determinar um formato de 25 x 25 cm é uma sutil tentativa de ordenar, mesmo sabendo que vários artistas virão a burlar essa condição, com o aval curatorial. Além disso, acredito que isto proporciona condições igualitárias a todos os participantes”.

Algum dos artistas convidados: Adriana Tabalipa, Bob N, Claudia Bakker, Fernando de La Rocque, Frederico Dalton, Gustavo Speridião, Joaquim Paiva, Kitty Paranaguá, Luiza Marcier, Monica Barki, Paulo Batelli, Piti Tomé, Renan Cepeda, Rogério Reis, Rosana Ricaldi, Suzana Queiroga, Vicente de Mello e Walter Carvalho.

Mestre em Arte pela UFF, artista visual, curador independente, sócio do Ateliê Oriente, professor na pós da UCAM. Idealizador MAP (Museu de Arte Postal) e MAPI (Museu de Arte Postal Internacional). Dirigiu a Galeria Meninos de Luz no Pavão/Pavãozinho/RJ (2009/12). Vice Prêmio PIPA online em 2013. Leitor de portfolios convidado pelo FotoRio 2015. Como artista tem obras em várias coleções a destacar Joaquim Paiva e Luiz Gama. 

Entre suas principais curadorias estão Verão 2 (março/2013); Museu de Arte Postal Ed. 5 (março/2013); Vias da Duvida, Centro Cultural Hélio Oiticica, RJ (agosto/2012); Verão, Galeria da Gávea, RJ (março/2012);  Equivalentes a Bergson, Galeria do Ateliê da Imagem, RJ (dezembro/2011); A Casa, Solar do Jambeiro, Niterói (setembro/2001); Equivalentes a Stieglitz, Aeroporto Santos Dumont,  RJ (junho/2011), Olhares Femininos: aqui e lá, Galeria Fotoativa, Belém do Pará, PA (abril/2010); Piscinão da Bemvinda de Carvalho, Galeria Murilo Castro, BH (fevereiro/2009); Mostra o seu que eu mostro o meu, Casa França Brasil, RJ (novembro/2004).