Olinda-PE | Artes plásticas na Oficina Manoelzinho Salustiano
setembro 14, 2016Por Penélope Araújo / Diálogo Comunicação
Manuelzinho Salú / Foto: Divulgação |
Oficina Manoelzinho Salustiano perpetua a cultura popular
Novo espaço fica na Casa da Rabeca, em Olinda.
Os amantes da cultura popular têm um novo espaço para conviver com a arte: a Oficina Manoelzinho Salustiano, na Casa da Rabeca, em Olinda. O local, inaugurado no último dia 11 de setembro, funciona como um reduto artístico para noites de poesia, cantoria de viola e outras tradições populares do estado, além de oficinas e apresentações de folguedos.
A oficina, que recebe o nome de Manoelzinho Salustiano – bordadeiro, filho mais velho do Mestre Salustiano e um dos principais nomes do maracatu no país – conta com uma exposição de quadros bordados pelo artista. O projeto, intitulado ‘Manoelzinho não pinta, mas borda’, tem obras feitas com linha, lantejoulas e miçangas em tela. Dentre os cerca de quinze quadros que estão expostos, há releituras dos quadros do pintor Paul Klee e imagens que remetem à cultura pernambucana, inspiradas nos estandartes e golas de caboclo de lança.
Para a família Salustiano, uma das funções principais da oficina é perpetuar a cultura de terreiro, envolvendo o público em eventos cujas raízes estão na tradição do estado. “As atividades serão no terreiro da Casa da Rabeca, onde o chão é batido. Queremos incentivar a cultura do terreiro, que é de onde viemos”, destaca Manoelzinho Salustiano. A ideia é que o espaço receba oficinas e apresentações de folguedos como cavalo marinho, frevo, caboclinhos e maracatu.
Além disso, a oficina terá ainda outros atrativos para quem for aproveitar as atividades do espaço. No local, haverá degustação de bebidas, com cachaças de diferentes estados do país, como Paraíba e Minas Gerais, e oito tipos de cervejas artesanais, fabricadas pela Cervejaria Pernambucana. O local ficará aberto para visitação gratuita, mas a família Salustiano ainda vai estabelecer o horário de funcionamento.
Manoelzinho Salustiano, o filho mais velho do Mestre Salú, tem um domínio peculiar do bordado, arte que é passada de geração a geração pelos mestres brincantes do maracatu. Responsável por mais de 50 peças como bordadeiro de estandartes, um de seus trabalhos mais famosos foi o Estandarte Diversidade Cultural, peça gigante – medindo 10 por 5,8 metros. A peça – que ficou afixada no Largo da Lapa, Rio de Janeiro, durante um encontro relativo ao tema, em 2010 – ficou registrada como o maior estandarte confeccionado à mão.
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