O artista plástico, grafiteiro e ilustrador, Adelson Boris, apresentará a sua primeira exposição individual, “Mulheres Negras: Expressões da Liberdade”, no Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro, localizado no bairro do Recife. A mostra contará com 24 telas de mulheres negras do nosso cotidiano representadas através da técnica de pinturas em aquarela e uma intervenção de graffiti em uma das paredes do museu. A abertura acontecerá no dia 6 de novembro, às 19h, com sons Africanos na discotecagem de Jedson Nobre, com entrada gratuita, mediante convite.

A ideia da exposição surgiu da parceria entre o artista plástico Adelson Boris e a socióloga Waneska Viana, com a proposta de mostrar de forma lúdica a beleza da mulher negra e valorização da negritude brasileira. “Quero apresentar a mulher negra sem os estereótipos racistas que a mídia coloca para ela”, ressaltou o grafiteiro.  

Toda esta influência da mulher negra no trabalho do artista parte do seu histórico de vida. Vindo de uma família de base matriarcal de várias mulheres negras - avó, mãe, tias, irmã, primas e companheira – reportou ao artista uma convivência com os vários padrões reproduzidos por elas, resultando na valorização da estética e história da luta da mulher negra em suas pinturas e grafitti.

Em 2003, aos 13 anos, o artista Adelson Boris teve seu primeiro contato com a arte. Foi através do curso de graffiti, ministrado pelo ex-sugaf Moacir (MOA), no Centro Social Urbano do seu bairro - Totó, que começou a fazer os primeiros rabiscos. No começo do curso deparou com a dificuldade de não sabe desenhar, pensando até em desistir, mas foi estudando e aprendendo as técnicas do esboço do desenho, resultando em sua descoberta artística. A partir daí, foi criando sua identidade e expressando a sua arte através do garffiti, ilustrações, desenhos realistas e pinturas em aquarela.

A partir de 2012, a cultura negra tem sido uma das inspirações do artista, utilizando a mulher negra como fonte de reflexão das relações raciais no Brasil. Toda esta influência parte do seu histórico de vida, através da sua família de base matriarcal de várias mulheres negras - avós, mãe, tia, irmã e primas - resportando a uma convivência com os vários estereótipos reproduzidos por elas, possibilitando a representação positiva desse segmento através de ilustrações que demonstram toda força e beleza.

"A minha proposta é de apresentar a mulher negra sem os padrões racistas que a mídia coloca para ela. Eu vi na minha arte a possibilidade de mostrar para a mulher negra que não tem nada de errado com o seu cabelo, nariz, com a sua boca e nem com sua cor", frisou Adelson Boris.

Atualmente vem desenvolvendo trabalhos como grafiteiro, tatuador, ilustrador e arte educador com a ONG Cores do Amanhã. Também já participou do Projeto Muzenza - Fernando de Noronha, Graffiti no Aeroporto Internacional do Recife, Exposição no Consulado Americano - Recife, Workshop de Hip Hop - FUNASE, Caravana Graffiti - CUFA, Projeto Colorindo Nosso Mundo - Odebrecht Ambiental e Colorindo o Recife - Prefeitura do Recife.


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