A 'Só Sucesso!'  é uma equipe de aficionados por música, preocupados em divulgá-la e debatê-la. Com gente de Recife e São Paulo, já foram gestadas uma revistinha em formato de zine, uma comunidade de Facebook de mesmo nome,  uma festa – a “Debate de Djs” - e agora um programinha de rádio em formato de podcast. E será exatamente neste sábado próximo, dia 08.04.17, o lançamento de nossa nova empreitada, já lançada virtualmente no Mixcloud (plataforma virtual de compartilhamento de podcasts) sob o título “Só Sucesso! - O Funk de Robô, o Electro-Funk”.

Nesta 1.a edição, como diz o próprio título do programa, conversamos sobre o 'electro-funk', estilo aclimatado há tempos no Brasil, tornando-se mais tarde o que seria chamado de 'funk carioca'. Fazendo uma genealogia do gênero, e mostrando suas origens dentro da música negra norte-americana até sua forma plena e acabada - sob forte influência da música eletrônica, seu diferencial aliás -, o programa não só refaz os caminhos do estilo dentro da história da música pop, como discute suas relações com o Brasil (especialmente as sociais), onde enraizou-se intensamente. Afinal, como quase tudo nas periferias de poder, é sob o diálogo com outras geografias e culturas que aquilo que não é nosso, acaba por se tornar, posto que, no Brasil, “destituídos da cultura original, nada nos é estrangeiro, pois tudo o é”, como um dia escreveu Paulo Emílio Sales Gomes [em “Cinema: trajetória no subdesenvolvimento”].

Após a escuta do programa, promoveremos uma conversa com os realizadores Aroldo, Guto e Mateus, das 16h às 18h, e na sequência a discotecagem do grupo: o 'Debate de Djs', com os seletores Cris, Georginho, Mateus e Guto!

Depois de 3 edições trazendo ao público recifense a atual produção em arte multimedia, o Cinecão aposta neste ano em ações formativas que proporcionem ampliar a gama de artistas e linguagens contempladas em seus eventos. Esta, antes de ser uma postura estética, é uma proposição política: instigar novas formas de narrativas num mundo cada vez mais reacionário é uma questão de ordem para nosso espaço. Seguimos insistindo em táticas de curadorias afetivas, compartilhadas e agregadoras, pois já basta um mercado de arte praticamente inacessível para os simples mortais. Nada mais coerente do que apostar em ações formativas, vivenciais e de experimentação como a proposta trazida pela artista Luciana Freire D’Anunciação.

Do corpo ao espaço é um laboratório que discute a performance através de práticas corporais e discussões em grupo sobre o que é “material” em performance e como fazer dele extensão do corpo. Entenderemos material tudo o que se pode considerar em processos criativos na performance que possa criar relação com o espaço instalativo: objeto, roupa, ação, gesto, arquitetura, som, equipamentos tecnológicos, etc. Os participantes poderão trazer seus próprios materiais assim como suas curiosidades, investigações, poéticas, desejos, posicionamentos políticos e fricções atuais. As aulas serão baseadas em exercícios de percepção, jogos, improviso de movimento, discussões e aulas expositivas com trabalhos de artistas contemporâneos. O workshop será aberto não só a artistas com experiência em performance, mas curiosos de variadas disciplinas e níveis de experiência que desejam descobrir/redescobrir possibilidades de expressão e presença com seu próprio corpo.

O processo culminará com o Cinecão de maio, onde os qual os participantes poderão dividir seus processos criativos com o público.

SERVIÇO

Quando: Terças e quintas, de 17 de abril a 11 de maio (8 encontros)

Taxa: R$ 340 (à vista) ou R$ 390 (até 3x)

Onde: Galeria Maumau

Sobre a facilitadora do Laboratório:

Luciana Freire D’Anunciação é artista da performance e desenvolve projetos interdisciplinares com a dança, teatro, video, som, fotografia e instalação, os quais já foram apresentados nacional e internacionalmente em instituições como Mostra Brasileira da dança (Recife, 2016), Festival Visualeyez (Canadá, 2015), Bienal Deformes (Chile, 2014) e Festival Europeu de Performance Art (Polônia, 2011).

Seus trabalhos tem como ponto de partida o sistema perceptivo de seu corpo e partir dele o relacionamento que pode criar com o Outro e com o mundo, socialmente, politicamente e lúdicamente. É mestra em Estudos Interdisciplinares em Artes pela Simon Fraser University (Canadá) e tem formação em práticas somáticas da dança, Improvisação em dança, estudos do sistema Laban, contato improvisação, Butoh, dança do oeste africano, teatro físico e clown. Nos últimos quatro anos tem oferecido workshops especiais de dança, performance e processos criativos interdisciplinares no Brasil, Canadá e Argentina.