[RECIFE/PE] Orun Santanta apresenta temporada de “Meia Noite” no Teatro Arraial Ariano Suassuna
Espetáculo maio 27, 2019
Por Dulce Reis / Feed Comunicação
O bailarino Orun Santana apresenta a temporada de “Meia Noite”, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, desta sexta-feira (31 de maio) a 06 de julho, sempre às sextas e aos sábados, às 20h. O espetáculo solo passeia pela capoeira como elemento criador e motivador do movimento, sobretudo dos corpos do Mestre Meia-noite, nome artístico de Gilson Santana, e Orun. Ambos brincantes e artistas do Daruê Malungo, pai e filho, construíram suas carreiras e sua relação dentro deste universo. A obra explora ainda a capoeira como procedimento de uso de imagens/memória do corpo do dançador como elemento criador, traço marcante na obra de Orun, como artista e pesquisador no assunto. O espetáculo solo dialoga dramaturgicamente sobre a relação entre pai e filho, entre mestre, discípulo e consequente relação com a ancestralidade pessoal, principalmente masculina, na busca de uma conexão com essas energias e possíveis curas e construção de uma nova masculinidade. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) e estarão à venda na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo.
As histórias e memórias do imaginário afro-brasileiro atuam direta e indiretamente na construção de imagens na formação do corpo negro que dança. É um diálogo com o reconhecimento de identidade, ora individual, ora coletiva, entendido na relação das limitações (gerenciadas pelo poder hegemônico), com as tentativas de construção e reconhecimento do fazer artístico do artista negro no âmbito cultural brasileiro. Entendendo que o corpo, e suas escolhas, é marcado não só pela memória, mas também pela sua trajetória. “É possível buscar na história do Brasil os locais em que esses corpos foram destinados a ocupar e, consequentemente, compreender que os mesmos foram e são lugares que fundamentaram e fundamentam alguns caminhos e escolhas, apontando para uma forma de percepção e de afeção particular na arte e na dança”, explica Orun.
Nas décadas de 1970 e 1980, eclodiram no Recife movimentos precursores no promover de práticas de ações afirmativas através da arte e cultura negra, principalmente em comunidades da periferia. Esses movimentos deram cria a uma nova geração de artistas muito ativos na construção de uma nova realidade partindo de referenciais afro-diaspóricos, dentre eles o Mestre Meia-noite. O mestre Meia-noite é um dos responsáveis por criar e manter o Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, no bairro de Chão de Estrelas, na Zona Norte do Recife. Uma casa que acolhe crianças e jovens para transmitir música, dança, cultura brasileira, fincadas nas raízes negras.
O espetáculo solo vem compartilhar com o publico questões e problemáticas de construção identitária através da relação de Orun Santana com a figura do mestre Meia-noite e sobre as relações entre esses corpos. Orun mergulha em seus processos formativos artísticos educacionais, abrindo questões sobre corpo e a memória, enquanto artista, educador, negro, periférico e em constante relação com as de seu pai.
A ideia para a criação do espetáculo “Meia Noite” surgiu como proposta de um “re-enactment” (re-performance) do solo de capoeira do Mestre Meia-noite no espetáculo “Nordeste”, do Balé Popular do Recife, e continuou como pesquisa posterior para a construção da apresentação. “A capoeira é explorada como elemento criador e motivador do movimento, construindo um procedimento de uso da memória corporal, dialogando dramaturgicamente na relação pai e filho, mestre e discípulo. São utilizadas dinâmicas que buscam construções de imagens e estados corporais como via de investigação em cena”, explica o artista.
Orun Santana é ainda responsável por um centro de cultura e vivência em Dança, chamado A CUMBE, onde tem convidado artistas e pesquisadores para se conectar em ações de fruição e exercício do corpo. O bailarino ressalta ser a maior obra de sua trajetória como educador popular e artista da dança. Para ele, “Meia Noite” fala da trajetória de um artista, da sua própria experiência como fazedor da arte, mas que o fazer da dança pode surgir em corpos que queiram falar, contar histórias, como corpos políticos, transformadores e inquietos. No fim, a obra e vida de Orun são parte também do que ele chama de “auto-protagonismo”, onde o artista vê e compreende a ele mesmo como alguém capaz de transformar o meio a partir das suas experiências, dores e vislumbres sobre o mundo que se movimenta.
Equipe Criativa
Intérprete, criador e diretor: Orun Santana
Consultoria artística: Gabriela Santana
Assistente de direção: Júnior Pereira Lima
Trilha Sonora: Vitor Maia
Iluminação: Natalie Revorêdo
Cenografia: Victor Lima
Produção: Danilo Carias / Criativo Soluções
Assessoria de imprensa: Dulce Reis / Feed Comunicação
Apoio Cultural: Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) e Governo de Pernambuco
Serviço:
Temporada do espetáculo “Meia noite”, de Orun Santana
Quando: 31/05, 01/06, 07/06, 08/06, 14/06, 15/06, 21/06, 28/06, 29/06, 05/07 e 06/07 (sextas e sábados), sempre às 20h
Onde: Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, 457, Boa Vista – Recife)
Ingressos: R$20 – inteira; e R$10 – meia
Classificação Indicativa: 10 anos
Duração: 50 minutos
Informações: 81 98236-3777
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Foto: Amanda Pietra |
O
espetáculo solo dialoga sobre a relação entre pai e filho, mestre
e discípulo. As apresentações acontecem desta sexta-feira (31 de
maio) a 06 de julho, sempre às sextas e aos sábados, às 20h
O bailarino Orun Santana apresenta a temporada de “Meia Noite”, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, desta sexta-feira (31 de maio) a 06 de julho, sempre às sextas e aos sábados, às 20h. O espetáculo solo passeia pela capoeira como elemento criador e motivador do movimento, sobretudo dos corpos do Mestre Meia-noite, nome artístico de Gilson Santana, e Orun. Ambos brincantes e artistas do Daruê Malungo, pai e filho, construíram suas carreiras e sua relação dentro deste universo. A obra explora ainda a capoeira como procedimento de uso de imagens/memória do corpo do dançador como elemento criador, traço marcante na obra de Orun, como artista e pesquisador no assunto. O espetáculo solo dialoga dramaturgicamente sobre a relação entre pai e filho, entre mestre, discípulo e consequente relação com a ancestralidade pessoal, principalmente masculina, na busca de uma conexão com essas energias e possíveis curas e construção de uma nova masculinidade. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) e estarão à venda na bilheteria uma hora antes do início do espetáculo.
As histórias e memórias do imaginário afro-brasileiro atuam direta e indiretamente na construção de imagens na formação do corpo negro que dança. É um diálogo com o reconhecimento de identidade, ora individual, ora coletiva, entendido na relação das limitações (gerenciadas pelo poder hegemônico), com as tentativas de construção e reconhecimento do fazer artístico do artista negro no âmbito cultural brasileiro. Entendendo que o corpo, e suas escolhas, é marcado não só pela memória, mas também pela sua trajetória. “É possível buscar na história do Brasil os locais em que esses corpos foram destinados a ocupar e, consequentemente, compreender que os mesmos foram e são lugares que fundamentaram e fundamentam alguns caminhos e escolhas, apontando para uma forma de percepção e de afeção particular na arte e na dança”, explica Orun.
Nas décadas de 1970 e 1980, eclodiram no Recife movimentos precursores no promover de práticas de ações afirmativas através da arte e cultura negra, principalmente em comunidades da periferia. Esses movimentos deram cria a uma nova geração de artistas muito ativos na construção de uma nova realidade partindo de referenciais afro-diaspóricos, dentre eles o Mestre Meia-noite. O mestre Meia-noite é um dos responsáveis por criar e manter o Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, no bairro de Chão de Estrelas, na Zona Norte do Recife. Uma casa que acolhe crianças e jovens para transmitir música, dança, cultura brasileira, fincadas nas raízes negras.
O espetáculo solo vem compartilhar com o publico questões e problemáticas de construção identitária através da relação de Orun Santana com a figura do mestre Meia-noite e sobre as relações entre esses corpos. Orun mergulha em seus processos formativos artísticos educacionais, abrindo questões sobre corpo e a memória, enquanto artista, educador, negro, periférico e em constante relação com as de seu pai.
A ideia para a criação do espetáculo “Meia Noite” surgiu como proposta de um “re-enactment” (re-performance) do solo de capoeira do Mestre Meia-noite no espetáculo “Nordeste”, do Balé Popular do Recife, e continuou como pesquisa posterior para a construção da apresentação. “A capoeira é explorada como elemento criador e motivador do movimento, construindo um procedimento de uso da memória corporal, dialogando dramaturgicamente na relação pai e filho, mestre e discípulo. São utilizadas dinâmicas que buscam construções de imagens e estados corporais como via de investigação em cena”, explica o artista.
Orun Santana é ainda responsável por um centro de cultura e vivência em Dança, chamado A CUMBE, onde tem convidado artistas e pesquisadores para se conectar em ações de fruição e exercício do corpo. O bailarino ressalta ser a maior obra de sua trajetória como educador popular e artista da dança. Para ele, “Meia Noite” fala da trajetória de um artista, da sua própria experiência como fazedor da arte, mas que o fazer da dança pode surgir em corpos que queiram falar, contar histórias, como corpos políticos, transformadores e inquietos. No fim, a obra e vida de Orun são parte também do que ele chama de “auto-protagonismo”, onde o artista vê e compreende a ele mesmo como alguém capaz de transformar o meio a partir das suas experiências, dores e vislumbres sobre o mundo que se movimenta.
Equipe Criativa
Intérprete, criador e diretor: Orun Santana
Consultoria artística: Gabriela Santana
Assistente de direção: Júnior Pereira Lima
Trilha Sonora: Vitor Maia
Iluminação: Natalie Revorêdo
Cenografia: Victor Lima
Produção: Danilo Carias / Criativo Soluções
Assessoria de imprensa: Dulce Reis / Feed Comunicação
Apoio Cultural: Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) e Governo de Pernambuco
Serviço:
Temporada do espetáculo “Meia noite”, de Orun Santana
Quando: 31/05, 01/06, 07/06, 08/06, 14/06, 15/06, 21/06, 28/06, 29/06, 05/07 e 06/07 (sextas e sábados), sempre às 20h
Onde: Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, 457, Boa Vista – Recife)
Ingressos: R$20 – inteira; e R$10 – meia
Classificação Indicativa: 10 anos
Duração: 50 minutos
Informações: 81 98236-3777
Por Marcela Alves / Diálogo Comunicação
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Foto: Roberta Guimarães |
A
fotógrafa lança exposição Agô no Recife. Em cartaz até 02 de junho.
Em
tempos de intolerância por que passa o Brasil, a força da
palavra Agô – que no idioma iorubá significa
“com licença” – traduz com fidelidade as imagens da fotógrafa
pernambucana Roberta Guimarães. Inédita no Recife, a
exposição traz 40 fotografias, vídeos e informações sobre
terreiros de xangô de Pernambuco, conduzindo o olhar para a
diversidade, combate ao preconceito e reafirmação dos direitos
humanos. A exposição segue até 2 de junho, no Museu do
Estado (Sala Lula Cardoso Ayres, 1º andar). A entrada é o valor de
acesso do museu: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).
As
imagens são o resultado de mais de três anos de pesquisa feita pela
fotógrafa, em 14 terreiros de xangô de Pernambuco, trabalho já
registrado no livro “O Sagrado, a pessoa e o orixá”, lançado em
2013, no Recife. São apresentadas imagens que mostram as
particularidades dos rituais, respeitando a tradição e a
religiosidade.
Algumas
sessões fotográficas exigiram mais de 12 horas de trabalho
seguidas, acompanhando rituais extremamente minuciosos, como o Ebó
das Águas, em que o adepto passa por uma preparação, vai se banhar
num rio e depois retorna ao terreiro para finalização da cerimônia.
A
curadoria é do antropólogo Raul Lody, um dos mais reconhecidos
especialistas em cultura afro do país. Formado em
Etnografia e Etnologia pela Universidade de Coimbra, é doutor pela
Universidade de Paris e responsável por dezenas de estudos na área
das religiões afro-brasileiras.
“Esta
é uma experiência artística, estética e etnográfica sobre o
xangô pernambucano, numa leitura fotográfica de Roberta Guimaraes”,
diz Lody, ressaltando que o trabalho caminhou nos muitos momentos do
sagrado de matriz africana, que se mostram nos rituais, cores,
formas, texturas. “Um depoimento visual emocionado que chega com
imersões profundas nas muitas interpretações sobre este patrimônio
de fé”, explica.
Para
a fotógrafa Roberta Guimarães, seu trabalho – apresentado em João
Pessoa há cinco anos – traz, de fato, importantes questões
humanas, como respeito e solidariedade. E, ainda, um
alerta sobre os caminhos percorrido pelo país. “O xangô faz parte
da nossa identidade, da nossa cultura, e nos ensina sobre amor, afeto
e tolerância. Agôchama para essa reflexão”,
completa. A mostra tem produção executiva da Imago e da Janela
Gestão de Projeto.
Conexão –
A exposição conecta as fotografias ao mundo digital dos vídeos. No
meio do espaço com as fotos haverá uma projeção com imagens dos
elementos da natureza que representam os orixás. Ao percorrer a
mostra, vários vídeos vão se entrelaçando na narrativa,
reforçando princípios como respeito, abordando questões como de
gênero.
Em
um deles, com imagens de Roberta e edição de Pedro Andrade (Jacaré
Vídeo), é mostrada a transformação –crossdressing -
de dois filhos de santos em divindades de sexo oposto.
Outro
vídeo traz a interpretação dos Itãs (contos de tradição iorubá,
que abordam os feitos dos orixás), com narração da contadora de
histórias Kemla Baptista, criadora do “Caçando histórias”,
iniciativa que promove atividades lúdicas em comunidades de
terreiro. Participa também da narrativa o cantor e
compositor Jr. Black, que começou com a banda recifense Negroove e
possui parcerias artísticas com China, Mombojó, DJ Dolores, Bande
Dessinée, entre outros. O material tem produção de Hugo Coutinho e
Pedro Andrade (Jacaré Vídeo).
Com
18 minutos, em uma dobradinha da própria Roberta com o também
fotógrafo Breno Laprovítera, e áudio de Pedro Andrade (Jacaré),
uma projeção apresentará o dia-a-dia dos terreiros, dos rituais e
entrevistas com filhos e pais de santos falando sobre suas relações
com a religião. Neste vídeo, o fio condutor é a profunda
relação da religião com a natureza, que transcende dos atos
religiosos para o cotidiano de seus seguidores.
Educação –
Durante a mostra haverá um projeto de Arte Educação desenvolvido
por Kemla Baptista, com a concepção colaborativa de Bruna Rafaella.
Serão visitas guiadas direcionadas a pessoas com deficiência visual
e auditiva. O trabalho é feito em parceria com o Instituto de Cegos
e o SUVAG.
Acessibilidade -
A exposição contará com áudiodescrição para as fotos expostas,
com libras,e legendas LSE nos vídeos. A empresa
responsável é a Com Acessibilidade Comunicacional, de
Liliana Tavares.
A
exposição terá desdobramento positivo também para a Fundação
Joaquim Nabuco, referência em pesquisa da cultura afro no Nordeste.
Serão doadas para o acervo da Fundaj, 20 imagens disponíveis na
mostra (em formato digital).
Carreira –
Com mais de 20 anos de experiência, Roberta Guimarães é formada em
Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e
cursou Fotografia no Instituto Superiore di Fotografia de Roma
(Itália). Tem ainda especialização em Estudos Cinematográficos
(Unicap). Atuou como repórter fotográfica na Folha de Pernambuco e
no Jornal do Commercio. É diretora e sócia fundadora da Agência
Imago. Entre outros trabalhos de Roberta estão os livros “É do
coco é do coqueiro”, “Eu vi o mundo e ele começava no Recife”
e “Olaria Ocre”, em parceria com os artistas Dantas Suassuna e
Joelson Gomes.
Em
2013, lançou, no Recife, o livro “O Sagrado, a pessoa e o orixá”,
trabalho que resultou na exposição Agô, que teve estreia, em
2014, em João Pessoa.
A
fotógrafa participou, também, de diversas mostras no Recife, em
outras cidades e fora do país. Entre as exposições, Interpress
Photo O Homem e a Vida (Prêmio medalha de prata Man and Life,
1991); II Salão FINEP de Fotojornalismo( Rio de Janeiro, 1995);
Causas da Mortalidade Infantil em Pernambuco ( UNICEF Teatro Nacional
de Brasília, 1996), VI Festival Mundial do Minuto ( SESC - SP –
1996) Projeto Lambe-Lambe ( ICA - Londres, 1997), Un Paisaje de
identidad Cultural (fotos do Rio São Francisco, Salamanca-
Espanha, 2005).
SERVIÇO:
Exposição Agô
Local: Museu
do Estado de Pernambuco (Sala Lula Cardoso Ayres, 1º andar) - Av.
Rui Barbosa, 960 - Graças, Recife
Em
cartaz até 2 de junho de 2019
Visitação:
de terça-feira a sexta-feira: das 9h às 17h |Sábados e
domingos: das 14h as 17h | Fechado às segundas
Entrada
R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).