[RECIFE/PE] Flitin se consolida como evento cultural do Recife
dezembro 01, 2018Por Carolina Botelho / CEPE
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Foto: Marília Nepomuceno Pinheiro |
A
depender das crianças, o mercado literário tem futuro garantido.
Prova disso foi o sucesso da I Feira da Literatura Infantil (Flitin),
primeira feira realizada no Recife voltada exclusivamente para os
pequenos de 3 a 12 anos. De quinta (22) até domingo (25) a feira
levou 30 mil pessoas, entre crianças e adultos, para a Academia
Pernambucana de Letras (APL), no bairro das Graças.
Realizada
pela Companhia Editora de Pernambuco em parceria com a Proa Cultural
e com programação gratuita, a Flitin atraiu a meninada de 16
escolas, entre públicas e privadas, quatro ONGs que trabalham com
crianças, e também o público espontâneo - formado pelos pequenos
acompanhado pelos pais. “Sabendo da grande demanda por livros
infantis, a Cepe fez aposta certeira nesse formato de feira”,
declara Maria Chaves, produtora da Proa, que já afirma ser esta a
primeira de muitas edições da Flitin. “Acreditamos que a feira
irá se consolidar no calendário cultural da cidade”.
"O
que a feira realizou foi muito importante. As crianças veem e pedem
para voltar. Esse era nosso desejo: motivar o público infantil a se
interessar pela literatura", disse a presidente da APL,
Margarida Cantarelli.
PROGRAMAÇÃO
Além
de conhecer o museu da APL, a criançada passou o domingo curtindo
histórias, fazendo oficina com material reciclado e interagindo com
o universo instigante da literatura em sete estandes, entre livrarias
e editoras. A Cepe, por exemplo, conta com mais de 50 títulos
infantis em seu catálogo.
O
consultor Vasco Uchôas trouxe o filho, Lucas, 4 anos, para se
divertir. “Vim brincar, ver os instrumentos musicais e desenhar o
leão”, disse o garoto. Vasco aprovou a iniciativa e destacou a
relevância da programação. “Meu filho gosta muito de ler. E
também não conhecia esse espaço da APL. Achei maravilhoso”,
revela.
Na
Oficina Galeria Reciclada, os meninos soltaram a criatividade com
tinta guache e pincel em 150 objetos criados com refugos da gráfica
da Cepe. Aviões, borboletas, flores, casinhas, carrinhos e
porta-lápis ganharam vida com desenhos lúdicos que os pequenos
levaram, satisfeitos, para casa, descobrindo como o material
reciclado pode virar arte.
Ainda
no domingo, a escritora e primeira professora com Síndrome de Down
do Brasil deu um chega-pra-lá no preconceito ao falar do seu livro
Débora
conta histórias ,
que usa os animais como metáfora para falar do preconceito dos seres
humanos com as diferenças. “Ainda existe muito preconceito. Temos
que acabar com ele”.
Houve
também mediação de leitura do livro O que é isso que eu sinto
(Cepe Editora), de Marcela Egito, uma obra que fala sobre emoções.
“Desejo esse mundo de bons sentimentos que nem sempre se explicam”,
disse a autora. Na oficina de Desprincesamento, a jornalista Cláudia
Bettini conversou com as crianças sobre a evolução das princesas
nos contos de fada. Hoje elas são independentes e não são criadas
para casar com o príncipe. Já o ilustrador Walther Moreira Santos
ensinou pequenos e adultos a ilustrar livros infantis, ensinando o
que transmitem os tons de cor e o que representa a ilustração. “Um
livro ilustrado é uma galeria de arte”, resumiu.
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