[RECIFE/PE] Evento independente, o Cinecão segue borrando fronteiras entre linguagens artísticas e colocando o experimentalismo como princípio de criação.
julho 24, 2017Por Lia Letícia / Galeria Maumau
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
Em
sua impetuosa, intrépida e infatigável batalha contra as forças
que almejam congelar a
linguagem artística audiovisual, o Cinecão
encara mais uma edição sem nenhum apoio
público ou privado! Pois
é, nosso Bar#PrimeiramenteForaTemer continua sendo o único a
bancar e acreditar nos dispositivos experimentais de arte propostas
pelas dezenas de
artistas que já passaram pelo Cinecão. É,
definitivamente o golpe também é estético!
Mas
calma, não tá morto quem peleja! E para mostrar que todos juntos
somos foda,
conclamamos a mata, o ar, a água e o corpo para a
edição FLORESTA do Cinecão. Os
artistas convidados, através da
multiplicidade de linguagens, investigam a relação corpo e
natureza.
< Arte de Daniela Brilhante >
Na performance videoinstalativa TERRA PARA VOAR, Irma Brown e Juan Sauceda propõem uma viagem a um mundo simbiótico: “Sim e não. Longe, perto. Pássaro Passagem. Excesso, Deserto. Para ela, em alguns momentos era como entrar na boca de um tigre. Ele, lagarto, fruto ou musgo. Uma fuga ao contrário.”
O trabalho, inédito, utiliza video, som e o próprio corpo dos artistas para re-criar um universo onírico, propondo um extravasamento de questões existenciais e de relacionamento.
< Irma Brown em performance, 2015/Lembrança de Recife >
Na Galeria B da Maumau(só indo pra descobrir onde é) temos a honra de exibir uma artista fundamental para a videoarte brasileira dos anos 90, a carioca Brigída Baltar, que gentilmente cedeu a série COLETAS para esta edição do Cinecão. No filme vemos a artista/personagem oniríco/futurista numa misteriosa busca pelo efêmero. O elo entre o transcendente e o humano se dá através de sutis fenômenos naturais. Uma narrativa da contemplação entre o material e o imaterial. Um trabalho fenomenal! Em depoimento para Lia Letícia, coordenadora do Cinecão, a artista fala “A primeira vez que coletei orvalho, foi
em 1994, em um sítio localizado na zona rural da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Lá fiz algumas ações, que na verdade, tinham a ver com o que eu vinha realizando em casa, com materiais que eu retirava das paredes, tintas descascadas, poeira e goteiras. Eu selecionava e armazenava tais materiais em recipientes e vidros. Já no sítio, passei a usar móveis, roupas, terra e a própria atmosfera, incorporando a arquitetura da natureza nas minhas experiências. Foi assim, que naquela manhã, quase noite ainda, fomos em busca do sereno da madrugada, equipados com pequenos frascos de vidro, numa cesta de palha. Eu
estava com meu filho, que tinha dez anos, e que participou agradavelmente desta ação. Desde então, as coletas seguiram para outros luagres, mais altos, como as Serras das Araras e dos Órgãos. Elaborei novos instrumentos de vidro para coletar a neblina e seguia com uma câmera para filmar”.
< Coletas, Brígida Baltar >
A artista-pesquisadora Gabriela Santana junto ao músico Jair Coelho apresentarão a performance ERRANÇAS. Uma performance “que põe em movência um corpo errático que reinventa memórias, sentidos e espaços. É praticar corporeidades de resistência e descolonizar o pensamento de um corpo ainda colonizado. A busca se dá pela modulação de um estado criativo e engajado que entremeia, em tempo presente, devires e heranças culturais... um corpo que experimenta e vive o ‘entre-lugar’.”
Na ocasião ainda serão compartilhado os desdobramentos do projeto com fotos de Debora Bittencourt e ilustrações de Tiago Aciolli.
<Erranças, Performance de Gabriela Santana >
Fechamos com uma chave mestra para potencias mudanças, aquelas que podemos buscar em micropolíticas pessoais e coletivas(tão caras `a existência da Maumau também!).
Convidamos a artista visual Elis Rigoni para nos apresentar seu livro ARTICULTURAS DO SENSIVEL: UM MANUAL FESTA. Um livro de artista, um livro de permacultura, um manual, um código aberto: Rigoni nos convida a uma reflexão sobre nosso cotidiano. “De uma experiência pessoal, Elis Rigoni se lança para comunidades, sua juventude e coragem nos conduzem por peculiaridades sensíveis e pontuais. Uma reversão possível por conexões com a arte e que nos faz pensar o que seja a festa. A autora nos mostra como é possível reorganizar a desordem e o caos ao qual fomos lançados cegamente. Um manual com uma atmosfera de relato que nos aproxima mais do texto, em um formato que o corpo comporta, pois, é sobre ele que somos convidados a pensar: corpo físico/corpo arte que se expande para o corpo social.(Adriani Araujo)”. Vai ser um barato essa conversa!
< Articulturas do Sensível: Um Manual Festa, de Elis Rigoni >
< Arte de Daniela Brilhante >
Na performance videoinstalativa TERRA PARA VOAR, Irma Brown e Juan Sauceda propõem uma viagem a um mundo simbiótico: “Sim e não. Longe, perto. Pássaro Passagem. Excesso, Deserto. Para ela, em alguns momentos era como entrar na boca de um tigre. Ele, lagarto, fruto ou musgo. Uma fuga ao contrário.”
O trabalho, inédito, utiliza video, som e o próprio corpo dos artistas para re-criar um universo onírico, propondo um extravasamento de questões existenciais e de relacionamento.
< Irma Brown em performance, 2015/Lembrança de Recife >
Na Galeria B da Maumau(só indo pra descobrir onde é) temos a honra de exibir uma artista fundamental para a videoarte brasileira dos anos 90, a carioca Brigída Baltar, que gentilmente cedeu a série COLETAS para esta edição do Cinecão. No filme vemos a artista/personagem oniríco/futurista numa misteriosa busca pelo efêmero. O elo entre o transcendente e o humano se dá através de sutis fenômenos naturais. Uma narrativa da contemplação entre o material e o imaterial. Um trabalho fenomenal! Em depoimento para Lia Letícia, coordenadora do Cinecão, a artista fala “A primeira vez que coletei orvalho, foi
em 1994, em um sítio localizado na zona rural da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Lá fiz algumas ações, que na verdade, tinham a ver com o que eu vinha realizando em casa, com materiais que eu retirava das paredes, tintas descascadas, poeira e goteiras. Eu selecionava e armazenava tais materiais em recipientes e vidros. Já no sítio, passei a usar móveis, roupas, terra e a própria atmosfera, incorporando a arquitetura da natureza nas minhas experiências. Foi assim, que naquela manhã, quase noite ainda, fomos em busca do sereno da madrugada, equipados com pequenos frascos de vidro, numa cesta de palha. Eu
estava com meu filho, que tinha dez anos, e que participou agradavelmente desta ação. Desde então, as coletas seguiram para outros luagres, mais altos, como as Serras das Araras e dos Órgãos. Elaborei novos instrumentos de vidro para coletar a neblina e seguia com uma câmera para filmar”.
< Coletas, Brígida Baltar >
A artista-pesquisadora Gabriela Santana junto ao músico Jair Coelho apresentarão a performance ERRANÇAS. Uma performance “que põe em movência um corpo errático que reinventa memórias, sentidos e espaços. É praticar corporeidades de resistência e descolonizar o pensamento de um corpo ainda colonizado. A busca se dá pela modulação de um estado criativo e engajado que entremeia, em tempo presente, devires e heranças culturais... um corpo que experimenta e vive o ‘entre-lugar’.”
Na ocasião ainda serão compartilhado os desdobramentos do projeto com fotos de Debora Bittencourt e ilustrações de Tiago Aciolli.
<Erranças, Performance de Gabriela Santana >
Fechamos com uma chave mestra para potencias mudanças, aquelas que podemos buscar em micropolíticas pessoais e coletivas(tão caras `a existência da Maumau também!).
Convidamos a artista visual Elis Rigoni para nos apresentar seu livro ARTICULTURAS DO SENSIVEL: UM MANUAL FESTA. Um livro de artista, um livro de permacultura, um manual, um código aberto: Rigoni nos convida a uma reflexão sobre nosso cotidiano. “De uma experiência pessoal, Elis Rigoni se lança para comunidades, sua juventude e coragem nos conduzem por peculiaridades sensíveis e pontuais. Uma reversão possível por conexões com a arte e que nos faz pensar o que seja a festa. A autora nos mostra como é possível reorganizar a desordem e o caos ao qual fomos lançados cegamente. Um manual com uma atmosfera de relato que nos aproxima mais do texto, em um formato que o corpo comporta, pois, é sobre ele que somos convidados a pensar: corpo físico/corpo arte que se expande para o corpo social.(Adriani Araujo)”. Vai ser um barato essa conversa!
< Articulturas do Sensível: Um Manual Festa, de Elis Rigoni >
O artista Thelmo Cristovam volta com uma seleção sonora especial para o evento. Vem respirar possibilidades de resistir com a gente! Só vale se for assim! Te esperamos!
< SOBRE AS ARTISTAS >
ELIS RIGONI faz parte da equipe Ná’Lu’um Brasil, atualmente residente do Sítio Pitanga, estudante de pós-graduação em Permacultura pela Universidade Federal do Cariri e do curso técnico em Agroecologia pelo SERTA; tecedora latinoamericana da CASA Jóvens; possui formação em Artes Visuais e experiência em agricultura urbana, construções ecológicas, vivências comunitárias e escuta consciente.
IRMA BROWN < A menina das botas verdes. Ela ia cortar os pulsos mas preferiu cortar a franja.*** Cada questionário uma profissão diferente: performer, videomaker, arte-educadora, produtora, bailarina, ciclista mensageira, atriz, artista visual e mentirosa. Das artes liberais; aquelas em que o espírito toma a maior parte do corpo.
GABRIELA SANTANA é nascida em Santos-SP e baiana de coração. Iniciou seus estudos na década de 90 construindo uma formação diversa na área da dança com debruçamento no campo da improvisação. Capoeirista angoleira, integrante da Academia de João Pequeno de Pastinha - AJPP/CECA - (uma das casas mais antigas de capoeira de Salvador) é formada em dança pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Artista independente integra, também, o coletivo “dança mais eu” (Recife) e o grupo Radar (João Pessoa), ambos focados em pesquisas experimentais. A performance Erranças e o documentário Jogo Aberto: conversas sobre a capoeira Angola de Recife e Olinda foram seus projetos contemplados, recentemente, nos editais do SIC/Funcultura. Desde 2010 reside em Recife atuando como professora efetiva no curso de dança da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).
BRÍGIDA BALTAR vive e trabalha em Rio de Janeiro. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil. Deu início a sua carreira na década de 1990, com pequenos gestos poéticos em sua casa e ateliê. Participou de diversas bienais, entre elas a 25a Bienal de São Paulo (2002); 17a Bienal de Cerveira, em Cerveira, Portugal (2013); The Nature of things — Biennial of the Americas, em Denver, EUA (2010); Panorama de Arte Brasileira (Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil (2007) e 5a Bienal de Havana, em Cuba (1994). Seus trabalhos foram apresentados em diversas exposições internacionais, como: Cruzamentos: Contemporary art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Columbus, EUA (2014); SAM Art Project, Paris, França (2012); The peripatetic school: itinerant drawing from Latin America, Middlesbrough Institute of Modern Art, Inglaterra, (2011); Museo de Arte del Banco de la República, Bogotá, Colômbia, (2012); e Constructing views: experimental film and video from Brazil, New Museum, Nova York, EUA (2010). Sua obra está representada em diversas coleções, incluindo: Colección Isabel y Agustín Coppel, Cidade do México, México; Museum of Contemporary Art, Cleveland, EUA; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil; Middlesbrough Institute of Modern Art, Middlesbrough, Inglaterra; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; entre outras.
< SOBRE AS ARTISTAS >
ELIS RIGONI faz parte da equipe Ná’Lu’um Brasil, atualmente residente do Sítio Pitanga, estudante de pós-graduação em Permacultura pela Universidade Federal do Cariri e do curso técnico em Agroecologia pelo SERTA; tecedora latinoamericana da CASA Jóvens; possui formação em Artes Visuais e experiência em agricultura urbana, construções ecológicas, vivências comunitárias e escuta consciente.
IRMA BROWN < A menina das botas verdes. Ela ia cortar os pulsos mas preferiu cortar a franja.*** Cada questionário uma profissão diferente: performer, videomaker, arte-educadora, produtora, bailarina, ciclista mensageira, atriz, artista visual e mentirosa. Das artes liberais; aquelas em que o espírito toma a maior parte do corpo.
GABRIELA SANTANA é nascida em Santos-SP e baiana de coração. Iniciou seus estudos na década de 90 construindo uma formação diversa na área da dança com debruçamento no campo da improvisação. Capoeirista angoleira, integrante da Academia de João Pequeno de Pastinha - AJPP/CECA - (uma das casas mais antigas de capoeira de Salvador) é formada em dança pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Artista independente integra, também, o coletivo “dança mais eu” (Recife) e o grupo Radar (João Pessoa), ambos focados em pesquisas experimentais. A performance Erranças e o documentário Jogo Aberto: conversas sobre a capoeira Angola de Recife e Olinda foram seus projetos contemplados, recentemente, nos editais do SIC/Funcultura. Desde 2010 reside em Recife atuando como professora efetiva no curso de dança da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).
BRÍGIDA BALTAR vive e trabalha em Rio de Janeiro. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil. Deu início a sua carreira na década de 1990, com pequenos gestos poéticos em sua casa e ateliê. Participou de diversas bienais, entre elas a 25a Bienal de São Paulo (2002); 17a Bienal de Cerveira, em Cerveira, Portugal (2013); The Nature of things — Biennial of the Americas, em Denver, EUA (2010); Panorama de Arte Brasileira (Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil (2007) e 5a Bienal de Havana, em Cuba (1994). Seus trabalhos foram apresentados em diversas exposições internacionais, como: Cruzamentos: Contemporary art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Columbus, EUA (2014); SAM Art Project, Paris, França (2012); The peripatetic school: itinerant drawing from Latin America, Middlesbrough Institute of Modern Art, Inglaterra, (2011); Museo de Arte del Banco de la República, Bogotá, Colômbia, (2012); e Constructing views: experimental film and video from Brazil, New Museum, Nova York, EUA (2010). Sua obra está representada em diversas coleções, incluindo: Colección Isabel y Agustín Coppel, Cidade do México, México; Museum of Contemporary Art, Cleveland, EUA; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil; Middlesbrough Institute of Modern Art, Middlesbrough, Inglaterra; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; entre outras.
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