[Recife-PE] O Cinecão de maio traz o artista Jonathas de Andrade e faz mostra de performances sob orientação de Luciana Freire D’Anunciação

maio 18, 2017

Por Lia Letícia / Galeria Mau Mau



Em seu quarto ano, o Cinecão vem tentando ampliar as formas de seleção dos trabalhos de a cada edição, dentre as estratégias utilizadas estão as ações formativas. Iniciado em abril, o laboratório de perfomance “Do Corpo ao Espaço”, facilitado pela artista Luciana Freire D”Anunciação, vai mostrar nesta edição os processos iniciados pelos alunos do workshop.

Do doméstico ao espetacular, da experiência pessoal ao imaginário ancestral, do ato político ao universo fantástico, os participantes do Lab de performance dividem com o público durante o Cinecão o resultado de seus processos ao longo das últimas quatro semanas de investigação. Cada um, seguindo seus desejos artísticos particulares, irão se utilizar de ações, gestos e materiais para criar relações com seus respectivos espaços instalativos e com público.


Ressaca Tropical / Jonathas Andrade

Recebemos também o lançamento do livro Ressaca Tropical (Ubu Editora, 2016), de Jonathas de Andrade, juntamente com uma exibição do seu mais recente filme, O Peixe, que teve sua estréia no ano passado, na 32a Bienal de São Paulo. A publicação foi considerada pela Revista Zum, do Instituto Moreira Salles, um dos dez melhores livros de fotografia publicados em 2016. Além do livro e do filme, o hotsite do projeto também será lançado na mesma noite. Antes de virar livro, o Ressaca Tropical nasceu como uma fotoinstalação, composta por 240 peças apresentadas em conjunto com fragmentos de um diário, na Bienal do Mercosul, em 2009. O diário anônimo, encontrado no lixo em 2003, relata as aventuras de um jovem entre 1973 e 1977, e é intercalado por fotografias das coleções de Alcir Lacerda, da Fundação Joaquim Nabuco, Geraldo Delmas e do próprio artista. “Eu acho que o Ressaca Tropical sempre teve uma vocação para livro. Desde que pensei o projeto como uma exposição, ainda reunindo os vários acervos e tentando costurar isso com o diário encontrado no lixo, pensei que funcionava muito naturalmente como uma diagramação. A própria instalação funciona como uma linha do tempo, com os escritos dispostos em linha reta, as 140 folhas que são 140 dias, e as fotografias se articulando em vários tamanhos. É um processo muito natural ver este projeto virar livro, e que eu desejei desde 2009, então eu fico muito feliz de ver isso sendo realizado agora”, avalia Jonathas.

O Peixe / Jonathas Andrade

Além disso, o Cinecão traz pela primeira vez o filme “O Peixe”, nascido no ano passado, em uma parceria de Jonathas com a produtora Desvia e apoiado pelo Funcultura. Filmado em 16mm, com um grupo de pescadores de Piaçabuçu e Coruripe, na foz do Rio São Francisco, entre Alagoas e Sergipe, a obra passeia na fronteira entre ficção e realidade, onde o artista propõe um ritual fictício, no qual homens abraçam suas presas acalmando e acompanhando-as na passagem para a morte. O filme já foi mostrado em exposições internacionais, como no New Museum em Nova Iorque, na Bienal de Sharjah e no Power Plant em Toronto. “O filme fala um pouco da relação do povo com a ancestralidade e com a tradição, mas também sobre a relação entre a dominação, o alimento, a natureza, e sobre como isso é naturalizado mas também bastante violento”, explica Jonathas. “Para mim, fazer uma exibição desse filme no mesmo dia em que lanço o Ressaca Tropical é um grande prazer. São dois projetos que eu acho que conversam de uma maneira interessante sobre o nordeste. É uma felicidade enorme mostrar O Peixe e o Ressaca Tropical em Recife”, conclui o artista.

O ambiente sonoro está sendo assinado por Simone Jubert e as bebidas geladas ficam por conta do Bar “Primeiramente, Diretas Já!”.  A coordenação e comunicação do evento é da artista Lia Letícia.


Sobre os artistas

Nascido em 1982, em Maceió, Jonathas de Andrade vive e trabalha em Recife há cerca de 15 anos. O seu trabalho, que passeia pelo uso de diversos processos e suportes variados, como fotografia, vídeo e instalação, costuma se interpor entre o documental e a ficção. O nordeste do Brasil e em especial a cidade do Recife são matéria prima de muitas de suas preocupações e chaves narrativas. Questões políticas, sociais e históricas permeiam praticamente toda a produção do artista desde 2007.

Luciana Freire D’Anunciação é artista da performance e desenvolve projetos interdisciplinares com a dança, teatro, video, som, fotografia e instalação, os quais já foram apresentados nacional e internacionalmente em instituições como Mostra Brasileira da dança (Recife, 2016), Festival Visualeyez (Canadá, 2015), Bienal Deformes (Chile, 2014) e Festival Europeu de Performance Art (Polônia, 2011). Seus trabalhos tem como ponto de partida o sistema perceptivo de seu corpo e partir dele o relacionamento que pode criar com o Outro e com o mundo, socialmente, politicamente e lúdicamente. É mestra em Estudos Interdisciplinares em Artes pela Simon Fraser University (Canadá) e tem formação em práticas somáticas da dança, Improvisação em dança, estudos do sistema Laban, contato improvisação, Butoh, dança do oeste africano, teatro físico e clown. Nos últimos quatro anos tem oferecido workshops especiais de dança, performance e processos criativos interdisciplinares no Brasil, Canadá e Argentina. 


Nascido em 1982, em Maceió, Jonathas de Andrade vive e trabalha em Recife há cerca de 15 anos. O seu trabalho, que passeia pelo uso de diversos processos e suportes variados, como fotografia, vídeo e instalação, costuma se interpor entre o documental e a ficção. O nordeste do Brasil e em especial a cidade do Recife são matéria prima de muitas de suas preocupações e chaves narrativas. Questões políticas, sociais e históricas permeiam praticamente toda a produção do artista desde 2007.


Serviço
Data: 25 de maio
Hora: 19h
Local: Galeria Mau Mau, dentro da programação do Cinecão
Entrada gratuita

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