Rio de janeiro - RJ | Zé Kleber, um dos homenageados da FLIP, é destaque na Casa da Cultura de Paraty, com exposição que reúne objetos, memórias e filmes.
Literatura julho 03, 2015De 1 a 5 de julho, durante a Festa Literária Internacional de Paraty, os turistas que visitarem a cidade terão a oportunidade de ver uma nova área da exposição “Vertentes de José Kleber”, em cartaz na Casa da Cultura de Paraty – novidade preparada especialmente para este período. Anualmente homenageado pela Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) – e único autor a dar nome a um espaço de debate da feira –, José Kleber é considerado um artista múltiplo: fez história na literatura, no cinema e na música, tornando-se um dos nomes paratienses mais emblemáticos.
A mostra “Assim continua a história...”, no Salão Nobre da Casa, apresenta uma videoinstalação do curta-metragem “Nossa Senhora do Remédios de Paraty” (1970), de Pedro Rovai e Nelson Penteado narrado por José Kleber. Também será exibido o documentário da apresentação musical “Salve, Zé”, que traz relatos de amigos e parentes do poeta. Em comum, o curta e o documentário, trazem o clima cultural de Paraty do passado e do presente.
Na sala Natalino Silva, o visitante encontra a primeira parte da exposição, que reúne objetos pessoais, fotos, cartas e poemas de José Kleber selecionados por Lucio Cruz, curador da mostra e sobrinho do poeta. “É uma honra e uma grande responsabilidade contar essa história”, afirma Lucio.
A Casa da Cultura de Paraty conta o apoio da Fundação Roberto Marinho e da Prefeitura de Paraty, e tem as Organizações Globo como Patrocinador e o Grupo Águas do Brasil como Patrono, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Sobre José Kleber
José Kleber Martins Cruz nasceu em 1932 na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro. Após passar parte de sua infância e juventude em outras cidades, formou-se advogado e voltou a Paraty, ocupando por algum tempo a função de promotor público.
Em 1964, com a instalação do Regime Militar no Brasil, José Kleber foi perseguido por suas ideias revolucionárias. Desiludido com a política, abriu um bar em Paraty, chamado Valhacouto, tornando-se um boêmio inveterado, o que lhe proporcionou encontros com grandes nomes da literatura, do cinema e das artes plásticas que frequentavam a cidade na época. Desses encontros nasceu seu primeiro livro de poemas, “Praia do Sono”, em que destaca a bucólica Paraty que conheceu.
Participou de diversos filmes rodados na cidade, quase todos em sua fazenda na Itatinga, e contracenou até com a atriz Leila Diniz. Por um tempo afastou-se da vida urbana e passou a morar na fazenda, onde reunia os amigos e os “loucos” da época do “faça amor, não faça guerra” e “sexo, drogas e rock and roll”.
De acordo com o historiador paratiense Diuner Mello, José Kleber era fã dos poetas portugueses José Régio e Fernando Pessoa, escrevia poemas e músicas. “O hino extraoficial da Cidade é de sua autoria. Nos carnavais ainda se executam suas marchas-rancho, conhecidas por todos”, conta. Em 1989, José Kleber foi assassinado por um posseiro que se instalou em sua fazenda.
PROGRAMAÇÃO - TRIBUTO À ZÉ KLEBER
SERVIÇO
Mostra José Kleber
Salão Nobre e Sala Natalino Silva
De 1 a 5 de julho
Entrada gratuita
Rua Dona Geralda, 177 / Centro Histórico
de terça a domingo, das 10 às 22 horas
(24) 3371 2325
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Release: Estela Andrade / Approach Comunicação